quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

DE ONDE VEM O SAMBA?

Sempre presente na vida do brasileiro, ele alivia as tristezas do povo com muita harmonia. Seu ritmo contagia todas as camadas sociais do país e pulsa forte no coração de quem traz na veia, a arte de um som brasileiro. Apesar de ser evidênciado e prestigiado em todo país, sua difusão é totalmente extrapolada e usurpada pela mídia. A massificação da indústria fonográfica com seus "rótulos comerciais", desconfigura todo seu caracter musical. Daí qualquer coisa que tem pandeiro, cavaco e " mulata" com o corpo a mostra, é dito, vendido e consumido como Samba. O produto final só pode ser péssimo e a imagem do nosso Samba nem preciso falar.
Ouve-se muito e fala-se nada sobre o samba, pouquíssimas pessoas, há não ser os pesquisadores, musicistas, e estudiosos, sabem da denominação e conteúdo verdadeiro do samba no Brasil.
O Samba apresenta-se primeiro como dança popular e posteriormente como gênero musical derivado de ritmos e melodias de raízes africanas, como o Lundu e o Batuque. A coreografia é acompanhada de música em compasso binário e ritmo sincopado. Tradicionalmente, é tocado por cordas (cavaquinho e vários tipos de violão) e variados instrumentos de percussão. Por influência das orquestras americanas em voga a partir da segunda guerra mundial, passaram a ser utilizados também instrumentos como trombones e trompetes, e, por influência do Choro, flauta e clarineta. Apesar de mais conhecido atualmente como expressão musical urbana carioca, o samba existe em todo o Brasil sob a forma de diversos ritmos e danças populares regionais que se originaram do Batuque.
Como gênero musical urbano, o Samba nasceu e desenvolveu-se no Rio de Janeiro nas primeiras décadas do século XX. Em sua origem, na forma de dança, acompanhada de pequenas frases melódicas e refrões de criação anônima, foi difundido pelos negros que migraram da Bahia na segunda metade do século XIX e instalaram-se nos bairros cariocas da Saúde e da Gamboa. A dança incorporou outros gêneros cultivados na cidade, como Polca, Maxixe, Lundu, Xote, no qual originou o samba carioca urbano e carnavalesco. Proviniente das formas antigas do Samba, surgiu nessa época o Partido Alto, expressão coloquial que designava alta qualidade e conhecimento especial, desde a própria forma temática com que elaboravam e improvisavam as rimas, e a própria forma com que harmônizavam os Sambas cultivados pelos mais antigos. O primeiro samba gravado no Brasil foi Pelo Telefone, no ano de 1917, cantado por Bahiano. A letra deste samba foi escrita por Mauro de Almeida e Donga .
Tempos depois, o samba toma as ruas e espalha-se pelos carnavais do Brasil. Neste período, os principais sambistas são: Sinhô Ismael Silva e Heitor dos Prazeres . Na década de 1930, as estações de rádio, em plena difusão pelo Brasil, passam a tocar os sambas para os lares. Os grandes sambistas e compositores desta época são: Noel Rosa autor de Conversa de Botequim; Cartola de As Rosas Não Falam; Dorival Caymmi de O Que É Que a Baiana Tem?; Ary Barroso, de Aquarela do Brasil; e Adoniran Barbosa, de Trem das Onze. Na década de 1970 e 1980, começa a surgir uma nova geração de sambistas. Podemos destacar: Paulinho da Viola, Jorge Aragão, João Nogueira, Beth Carvalho, Elza Soares, Dona Ivone Lara, Clementina de Jesus, Chico Buarque, João Bosco e Aldir Blanc. Outros importantes sambistas merecem menção honrosa como: Pixinguinha, Ataulfo Alves, Carmem Miranda (sucesso no Brasil e nos EUA), Elton Medeiros, Nelson Cavaquinho, Lupicínio Rodrigues, Aracy de Almeida, Demônios da Garoa, Isaura Garcia, Candeia, Elis Regina, Nelson Sargento, Clara Nunes, Wilson Moreira, Elizeth Cardoso, Jacob do Bandolim e Lamartine Babo. Esses consagrados nomes, fizeram do samba uma identidade nacional, cuja a trajetória repercutiu num grande valor histórico na eclosão e composição da nossa música brasileira, porém, infelizmente hoje é comum ouvirmos equívocas analogias a respeito do samba, como no caso do "pagode versus samba de raís", no qual ao meu ver, há uma grande confusão dentre sambistas tradicionais e "pagodeiros" da midia atual, com supostas declarações, que mais decorrem de uma estima elevada e muita vezes ferida de seus egos, do que do concenso fundamental em sí. O (pagode) há nivel de música não passa de uma festa com diversos músicos, e o (Samba), um gênero musical.

Nenhum comentário:

Postar um comentário